Esses
dias eu me deparei com essa expressão exposta no título e logo me pus a pensar
no absurdo da interpretação e do recebimento desta possível falácia pela audiência. Em princípio, devemos avaliar cada aspecto e consequência que
esta crença pode acarretar para o meio ao qual vivemos. Como acadêmico e amante
do saber, involuntariamente me ponho a questionar e avaliar crenças diversas.
Para
iniciar, o autor deve se perguntar: O que é crítica? Devemos entender que criticar
não é algo vulgar como todos pensam, a crítica tem origem grega na palavra
KRITIKOS, que têm variados significados, como capacidade para julgar, discernir
e decidir corretamente, examinar racionalmente as coisas sem preconceito e sem
prejulgamento. Dessa forma, criticar não é algo ruim, mas no sentido utilizado
na frase exposta, com a intuição de apontar defeito, ofender ou utilizar de
argumentos contra a pessoa e não contra a ideia (argumentum ad hominem), seria prejudicial ao meio a qual vivemos. Sendo
assim, devemos ponderar minuciosamente, CRITICANDO (KRITICOS) de forma racional
as pessoas.
Além
disso, outra indagação necessária é a do que vem a ser perfeição, será que a
perfeição existe? Obviamente, se avaliarmos pungentemente, a conclusão de que
nada é perfeito é epifânica, haja vista que a perfeição é nossas avaliações
internas sobre o mundo externo, ela existe no plano da individualidade, sendo
assim subjetiva, pois o que eu considero perfeito é o que alguém pode
considerar imperfeito. Porém, se a perfeição estiver determinada diante de
padrões, ela já não é a própria perfeição, mas sim uma regra de trato social.
Embora pareça algo complexo, perfeição está ligada, em sentido comum, à
verdade, o que já nos leva, a saber, o que venha a ser a verdade, isso é muito
mais amplo.
Por
conseguinte, será mesmo que a crítica (sentido vulgar) te leva à perfeição (ser
melhor em algo)? A resposta imediata é não! Cada pessoa tem uma reação
diferente quanto a uma crítica vulgar, tem pessoas que ficam tão mal que podem
desistir do que estão fazendo, isso não é fraqueza, e sim a sua personalidade
de agir diante de uma crise, se isso fosse algo banal não existiria suicídios
ou qualquer mutilação contra a própria integridade física, digo estas quando os
sujeitos se ferem por estarem atingido por alguém. Há ainda aqueles que se
sentem estimulados diante de uma critica vulgar, destrutiva ou construtiva, mas
estes ainda assim passam por uma sobrecarga moral diante de uma ação crítica vulgar
promovida por alguém.
Portanto,
esta indagação discorrida nesta temática é antipedagógica, antiética e
antimoral, pois estaríamos desprezando os conceitos de imperativismos de Kant,
a Ética de Mario Sergio Cortella ou a benevolência de Jesus. Logo, a estória de
que crítica te leva à perfeição não é mais do que uma falácia desprovida de
metodologia, pedagogia ou ética, não comunga com os ideais de educação. Será
que tu irias querer que seu chefe imediato vivesse te criticando vulgarmente?
Tu aguentarias o ônus? Já diz James C. Hunter em seu livro O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança, liderar
é reger, é amar, é servir.