sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Ser bom é insignificante: a pobreza do espírito


Notadamente, observa-se que a sociedade atual consumista, narcisista, egoísta, que enfatiza mais o ter do que o ser, vigora uma pobreza superior que é fundamento para todas as outras espécies de pobreza. A relevância sublime dada ao material é causa principal da transformação do homem em produto do tempo, este que é tão efêmero como a própria existência, aliás, sobre a mortalidade e em sentido amplo, a vida é a contagem regressiva indeterminada para a morte. É por isto que ser bom é insignificante, não pelo fato da importância que é ser imortal para as gerações, mas pelo fato da sociedade deturpada de exclusividade à matéria, destitui toda a crucialidade das relações sociais, o que explica o valor de alguém pelo que tem e não pelo que é. 
Por conseguinte, é válida a inexistência da compreensão de bondade, benevolência, amor, respeito, humildade entre outros valores e virtudes, porque o ser pode ter todas elas, mas se o falta a matéria exigida pela sociedade para sua classificação dentre uma escala de riqueza, que conhecemos como status social, o ser virtuoso não é. 
Além dessa lástima realidade, não basta ser bom em sentido geral, o custo disso é tristemente sofredor, porque é mais fácil atender aos critérios de uma falsa realidade e também ter várias vidas e personalidades, do que ser bom e ser criticado como um "besta", e pobremente receber o banal conhecimento popular de que "quem tem pena do coitado, fica no lugar dele". Assim, se a pobreza é o não ter, será que somos pobres de espíritos pelo que não temos ou pelo que não somos? Porque se para nossa subsistência precisamos do ter, isso é totalmente essencial, mas não tão quanto sua extrema importância ao ponto de sermos infelizes e antiéticos, fato esse que explica os políticos que tanto têm e não são o que deveriam ser. 
Portanto, a pobreza espiritual é consequência do desequilíbrio entre ser e ter, pois o fato de querer ter a matéria não acarreta necessariamente na nossa deturpação sobre o que podemos ser, deve-se haver o equilíbrio entre a existência física e espiritual, mas infelizmente é mais evidente o aperfeiçoamento do físico sobre o espiritual, o nosso ser, e no fim, o que somos e temos? Ninguém sabe, mas para nós que ficamos vivos, só fica a matéria.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A vulgarização do amor e das relações entre pessoas que se amam.


Este texto não tem caráter científico, entretanto parte de reflexões filosóficas e empíricas baseada em experiência de indivíduos que contribuíram com o texto, e análises da atual conjuntura social na qual vivemos.
            O amor é um dos sentimentos mais difíceis de conceituar, haja vista ser um sentimento variável de acordo com a subjetividade e contexto de vida de um indivíduo. Há várias concepções e maneira de amar, depende muito da referência que está sendo analisada, no caso deste texto nos referimos ao amor eros, entre homem e mulher. Sabemos que cada caso tem sua devida particularidade e não há uma generalização do que estamos expondo, porém há certas generalidades em cada relação que hoje podemos analisar e extrair as banalidades que pretendemos expor. Demonstraremos aqui a importância do sentimento dentro da relação entre amantes (quem ama bilateralmente) e seu fundamento para uma sociedade melhor.
O AMOR E SUA ORIGEM NO SER
            O amor é um sentimento atemporal, não se sabe ao certo quando inicia, quando existe ou se existe numa determinada relação, mas os sentidos são tão indeterminados e complexos que causam nos indivíduos a ilusão ou não de amar. O gostar ou querer nasce em várias espécies, focaremos nesta parte na carnal e no interesse psicológico. Na primeira maneira é a aparência que cria o desejo do encontro carnal, a beleza que é aparente ou externa causa no sujeito ativo à curiosidade de sentir fisicamente o outro, já no interesse psicológico é o inverso, as impressões são em longo prazo, é através do contato verbal, do conhecimento de um o que o outro é quanto sua personalidade, satisfazendo naquele os padrões almejados como companheiro, o que leva o sujeito ativo a pensar que o passivo é perfeito aos seus olhos, aos seus padrões. Consideramos o amor quando a aparência e o interesse psicológico comungam e causam um mistério maior nos sentidos, desprezando as mínimas diferenças e criando um elo de perfeição entre os indivíduos, isso quando há reciprocidade, pois quando não há o significado tange a paixão.
O ESPIRITO GERAL E O AMOR
            Neste sentido, segundo as fontes espirituais, por exemplo, a Bíblia, o amor não ultrapassa a essência, é inexplicável quanta definição, mas tão expressivo quanto às emoções, as atitudes do corpo traduzem os sentidos do espírito. Assim o amor é um dos sentimentos mais importantes, tão quanto à fé e a esperança, pois é dele que surgem todas as outras virtudes do ser humano. O amor torna-se tão essencial que sua acepção é utilizada neste contexto de maneira geral, assim o faz quando Jesus vem não para nos julgar, mas sim para ensinar a amar o próximo, Ele não especifica, porque amar não é efêmero, é fundamental, tão quanto à vida, é tal que ele morreu por amor ao seu povo. E o que toca esse fato ao amor entre duas pessoas? É o mesmo preceito, quando amamos, sentimos o amor de maneira vital e inerente à nossa própria condição humana, em todas as relações, infelizmente as pessoas esquecem que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta.
SOCIEDADE E AMOR
            Atualmente, o amor, assim como outros sentimentos cruciais estão sendo capitalizados, sendo confundido e banalizado diante da sociedade de aparências e do consumismo, isso é claro quando os meios sociais e músicas exprimem as dificuldades e deturpação da figura feminina, da ênfase nas traições e nas mazelas da imagem corrompida que o amor sofre. Dessa forma, consequentemente, as relações rotulam-se, criam prazos de validades e baseiam-se em outros vínculos que não se consumaram devido os próprios sujeitos já alienados pela destruição da imagem do amor no meio. Portanto, o primeiro estágio da família corre risco por motivos externos que não fortificam a união de dois seres responsáveis com o futuro de uma nova geração.
FATORES DEGENERATIVOS DO AMOR

            Diante do escopo, o sentido de amor degrada-se no transcorrer das determinações fanáticas e dotadas de falácias que a sociedade do prazer superficial exala. O maior problema não é somente os fatores externos da sociedade, mas também a carência de arte, leitura, músicas que transmitam poesias a favor do meio social, afinal, de tudo que humaniza os seres de uma relação, porque infelizmente o próprio indivíduo que foca na ostentação de fama, “curtidas”, visualização da própria imagem e nas entradas desses novos grupos sociais gerados de uma sociedade destruída sentimentalmente, é fator cerne da questão da vulgarização do amor, porque esses são os que sucumbem aos padrões e deixam o sentimento transformar-se em um vinculo falido, porém o que está falido é o próprio corpo social, a integridade psicológica dos indivíduos e o compromisso com as gerações posteriores.